Em uma eleição marcada por controvérsia e ausências significativas, Samir Xaud foi eleito nesta sexta-feira (24) como novo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O dirigente assume o cargo máximo da entidade com mandato até 2030, sucedendo Ednaldo Rodrigues, que teve sua gestão encerrada de forma conturbada.
A votação ocorreu na sede da CBF no Rio de Janeiro, mas foi esvaziada por protestos. Vinte clubes das Séries A e B se recusaram a participar da eleição, alegando falta de transparência no processo e pedindo uma reforma estatutária que amplie a representatividade das agremiações no colégio eleitoral.
Apesar da ausência de parte significativa dos clubes, a eleição seguiu conforme previsto no estatuto da entidade. Xaud foi eleito com os votos das federações estaduais e de clubes que decidiram comparecer. Ao fim da apuração, sua vitória foi confirmada para o mandato que vai até abril de 2030.
“Assumo com o compromisso de diálogo e modernização. Vamos trabalhar para fortalecer o futebol brasileiro em todas as suas esferas, respeitando as tradições e ouvindo os clubes, que são os protagonistas do espetáculo”, declarou Samir Xaud em seu primeiro discurso como presidente eleito.


Protestos e questionamentos
A ausência dos clubes nas urnas representou um ato político. Em carta divulgada horas antes da eleição, os 20 clubes ausentes manifestaram insatisfação com o atual modelo de governança da CBF e pediram mudanças no estatuto para tornar o processo mais democrático. Eles defendem maior peso dos clubes nas decisões da entidade, atualmente dominada pelas federações estaduais.
A Federação Internacional de Futebol (FIFA) e a Confederação Sul-Americana (Conmebol) acompanham de perto a situação, embora ainda não tenham se manifestado oficialmente sobre o pleito.
Desafios pela frente
Samir Xaud assume a presidência da CBF em um momento delicado para o futebol brasileiro. Além das tensões políticas internas, há a pressão por melhores resultados em campo, especialmente com a Seleção Brasileira masculina passando por uma fase de instabilidade e a feminina em busca de maior valorização e estrutura.
O novo presidente terá também a missão de mediar a relação com os clubes, promover ajustes no calendário, lidar com a crescente profissionalização do futebol nacional e buscar soluções para a violência nos estádios e a arbitragem.