A Polícia Civil do Mato Grosso confirmou nesta quarta-feira (9) a identificação de dois dos cinco maranhenses que desapareceram misteriosamente em janeiro deste ano, após chegarem a Várzea Grande para trabalhar na construção civil. Os jovens Diego de Sales Santos e Mefibozete Pereira da Solidade foram vítimas de uma facção criminosa e executados no chamado “tribunal do crime”.
Os dois corpos foram encontrados ainda em março, em uma área de mata no bairro Costa Verde, mas somente agora, com a conclusão dos exames de DNA realizados pela perícia, a identidade das vítimas foi oficialmente confirmada.
A informação foi divulgada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cuiabá, durante entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quarta-feira. A revelação aconteceu poucas horas após a deflagração da Operação Desterro, que busca elucidar os crimes cometidos contra o grupo de trabalhadores maranhenses.
Segundo o delegado Rogério Gomes, desde a localização dos corpos, as investigações já apontavam que as vítimas eram parte do grupo desaparecido, mas foi preciso aguardar os exames técnicos para confirmar com segurança.


Relembre o caso
Os cinco jovens, todos naturais do Maranhão, estavam hospedados em um alojamento no bairro Jardim Primavera, em Várzea Grande, quando desapareceram no dia 9 de janeiro. O grupo havia chegado ao estado para trabalhar em uma obra da construção civil.
Poucos dias após o desaparecimento, o delegado Caio Albuquerque, da DHPP, afirmou em entrevista ao Estadão Mato Grosso que havia fortes indícios de que os trabalhadores foram sequestrados e assassinados por membros de uma facção criminosa.
“Tudo indica que eles foram retirados à força daquele alojamento e levados para um local ignorado, onde teriam sido executados. Não havia sinais de violência no local, mas o sumiço coletivo e repentino reforça essa linha de investigação”, afirmou o delegado à época.
Três continuam desaparecidos
Agora, a polícia trabalha para encontrar os outros três jovens que continuam sem paradeiro conhecido:
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Wallison da Silva Mendes (21 anos)
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Wermison dos Santos Silva (21 anos)
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Walyson da Silva Mendes (25 anos)
A Operação Desterro, lançada oficialmente nesta quarta-feira, está cumprindo mandados de busca e apreensão e novas diligências para localizar os três desaparecidos e identificar todos os envolvidos nos crimes.
As famílias das vítimas, que vivem no Maranhão, vivem meses de angústia e cobram respostas. O caso comoveu a população e levantou o alerta sobre a segurança de trabalhadores migrantes em estados com alto índice de atuação de facções criminosas.
A polícia reforça que as investigações seguem em andamento e que qualquer informação relevante pode ser repassada de forma anônima por meio do Disque-Denúncia.