Na manhã desta sexta-feira (25), o corpo da cantora Preta Gil chegou ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro por volta das 7h, marcando o início de uma despedida carregada de emoção, arte e afeto. O velório da artista, que faleceu nesta quinta-feira (24), foi aberto ao público das 9h às 13h, permitindo que fãs, admiradores e amigos prestassem suas últimas homenagens à cantora que marcou gerações com sua música, carisma e ativismo.
Dentro do suntuoso saguão do teatro, um telão de LED exibia imagens da trajetória de Preta, desde os primeiros passos na música até os momentos de glória nos palcos e nas ruas do carnaval carioca. Familiares e amigos íntimos ocuparam uma área reservada, onde o clima era de profunda comoção.


Homenagem nas ruas: cortejo por caminhos simbólicos
Após o velório, o corpo de Preta Gil será levado ao Crematório e Cemitério da Penitência, no bairro do Caju, Zona Norte do Rio. A cerimônia de cremação, marcada para acontecer entre 15h e 17h, será reservada apenas à família e amigos mais próximos.
O cortejo fúnebre será conduzido por um carro do Corpo de Bombeiros e passará por pontos simbólicos da cidade, incluindo o tradicional circuito dos megablocos. O trajeto escolhido é uma homenagem à ligação de Preta com o carnaval de rua carioca, do qual ela foi uma das maiores representantes contemporâneas.
Fundadora do irreverente e multitudinário “Bloco da Preta”, Preta Gil não apenas levou alegria a milhões de foliões, como também abriu caminhos para a diversidade e a representatividade nos festejos de Momo. Em reconhecimento a esse legado, o circuito dos megablocos do Rio agora leva seu nome.
Legado que permanece
Filha de Gilberto Gil, Preta construiu uma carreira sólida, marcada por autenticidade, coragem e amor pela arte. Ao longo dos anos, tornou-se símbolo de resistência, autoestima e empoderamento feminino. Sua partida deixa uma lacuna imensa na cultura brasileira, mas também uma herança afetiva e artística que seguirá viva por muitas gerações.
Hoje, o Rio se despede de uma de suas vozes mais marcantes — e, ao mesmo tempo, celebra a vida de uma mulher que cantou, lutou e viveu intensamente.