A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal aprovou, na manhã desta quarta-feira (3), o projeto de lei que cria o Exame Nacional de Proficiência em Medicina (Profimed) — uma avaliação que será obrigatória para médicos recém-formados que desejem obter o registro profissional nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e exercer a profissão no Brasil.
Proposto pelo senador Marcos Pontes (PL-SP) e relatado pelo senador Dr. Hiran (PP-RR), o texto foi aprovado por 11 votos a 9, em uma sessão marcada por discussões intensas. Embora muitos parlamentares defendam a necessidade de reforçar a qualidade da formação médica no país, houve críticas quanto ao modelo proposto — especialmente por prever uma única prova ao final do curso e por atribuir ao Conselho Federal de Medicina (CFM) a responsabilidade pela regulamentação e coordenação nacional do exame, e não ao Ministério da Educação (MEC).


Como funcionará o Profimed
Pelo projeto aprovado, o Profimed será estruturado da seguinte forma:
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CFM: responsável por regulamentar e coordenar o exame em todo o país.
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CRMs: encarregados de aplicar as provas em suas jurisdições.
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Sigilo das notas: está proibida a divulgação nominal dos resultados. Cada participante terá acesso apenas ao próprio desempenho individual.
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Envio dos resultados: as informações consolidadas serão repassadas ao MEC e ao Ministério da Saúde.
A justificativa central da proposta destaca que a expansão acelerada dos cursos de Medicina no Brasil — muitos deles instalados em municípios sem estrutura mínima para atividades práticas — resultou em formação deficiente e exige medidas de avaliação mais rigorosas.
Quem estará dispensado
O projeto prevê exceções para a obrigatoriedade do exame:
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Médicos que já possuem inscrição homologada no CRM antes da entrada em vigor da lei.
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Estudantes que ingressaram no curso de Medicina até a data de publicação da lei, desde que concluam a graduação no prazo regular.
Tramitação
A aprovação ocorreu em decisão terminativa, o que significa que o projeto segue diretamente para a Câmara dos Deputados, a menos que haja recurso para que seja analisado no plenário do Senado.
Caso avance sem alterações e seja sancionado, o Profimed deverá se tornar um novo marco na formação médica brasileira, trazendo mudanças significativas para universidades, estudantes e para a própria fiscalização profissional no país.