O estado do Piauí enfrenta atualmente um dos cenários mais críticos de seca dos últimos anos. Segundo a mais recente atualização do Monitor de Secas, da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), 100% do território piauiense foi atingido pelo fenômeno entre março e abril deste ano — o pior índice registrado desde outubro de 2021.
Além da abrangência total, a intensidade da seca também aumentou. A chamada “seca grave” passou de 11% para 18% do estado nesse intervalo de apenas um mês. Em 2021, esse número chegou a 21%.
Com uma área afetada de mais de 251 mil km², o Piauí ocupa agora a 9ª posição no ranking nacional dos estados com maior extensão territorial impactada pela estiagem.


Cenário nacional: Nordeste segue como região mais afetada
O Monitor de Secas divide o país em cinco regiões geopolíticas e mostrou que, em abril, o Nordeste apresentou a condição mais severa, com 29% da área atingida por seca grave. Em contraste, o Centro-Oeste teve o quadro mais brando.
Entre março e abril, o fenômeno deu sinais de melhora no Centro-Oeste e Norte, mas se agravou no Nordeste, Sudeste e Sul. A Região Sul, por exemplo, permanece em estado crítico, com 90% do território sob influência da seca.
O que é o Monitor de Secas?
O Monitor de Secas é uma ferramenta oficial usada para acompanhar, em tempo real, a severidade da estiagem em todo o país. A análise considera indicadores climáticos e os impactos da seca no curto e longo prazo. Enquanto os efeitos de curto prazo avaliam a falta de chuvas nos últimos seis meses, os de longo prazo analisam déficits hídricos acumulados por períodos maiores.
Essas informações são fundamentais para planejamento de ações emergenciais e a formulação de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da seca — especialmente em regiões mais vulneráveis.
Os dados completos estão disponíveis no site monitordesecas.ana.gov.br ou pelo aplicativo oficial Monitor de Secas, disponível para Android e iOS.