Buriticupu, município localizado no oeste do Maranhão, vive uma realidade alarmante: a constante e acelerada formação de voçorocas gigantes, que vêm se multiplicando ano após ano, colocando em risco a vida de centenas de famílias e desafiando o poder público.
Na manhã seguinte a uma forte chuva, mais uma enorme cratera se abriu na cidade — um episódio que, infelizmente, já não surpreende os moradores. A cena, no entanto, continua impactante: ruas inteiras engolidas, casas à beira do desabamento e o medo presente no cotidiano da população.


O que são voçorocas?
Voçorocas são erosões profundas e aceleradas no solo, formadas principalmente pela ação das águas das chuvas em áreas onde faltam cobertura vegetal, drenagem adequada e controle ambiental. Em Buriticupu, os principais fatores associados à formação das voçorocas são:
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Desmatamento desordenado
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Má gestão do uso do solo
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Ocupações urbanas irregulares
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Ausência de infraestrutura de drenagem pluvial
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Solo arenoso e relevo acidentado
Essa combinação de fatores criou um cenário crítico, onde cada período chuvoso agrava ainda mais a situação.
O perigo cresce a cada chuva
Buriticupu já é considerado um dos casos mais extremos de erosão urbana do Brasil. As voçorocas, que somam mais de 20 formações ativas, podem atingir mais de 70 metros de profundidade e centenas de metros de extensão.
Em diversos pontos da cidade, famílias precisaram ser removidas às pressas, ruas desapareceram completamente e imóveis colapsaram. A cada nova tempestade, surgem novas rachaduras, novos riscos e mais insegurança para quem vive nas áreas afetadas.
Impacto humano e ambiental
O avanço das voçorocas tem impactos devastadores:
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Desabrigamento de famílias
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Perda de imóveis e vias públicas
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Desvalorização urbana
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Risco constante de acidentes fatais
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Degradação do meio ambiente local
A paisagem urbana de Buriticupu já foi transformada de forma drástica, e especialistas alertam que, se nada for feito com urgência, partes inteiras da cidade poderão desaparecer nos próximos anos.
️ O que está sendo feito?
Apesar de várias visitas técnicas, reportagens e promessas de intervenção por parte dos governos estadual e federal, as ações concretas ainda são insuficientes. Obras emergenciais de contenção foram anunciadas, mas não conseguem acompanhar a velocidade de avanço das erosões.
Geógrafos, engenheiros e ambientalistas defendem um plano de ação urgente, com envolvimento direto do poder público, universidades e instituições ambientais. A solução passa por obras de engenharia, remoção de famílias em risco, reflorestamento das margens afetadas e política habitacional planejada.
Um alerta que não pode ser ignorado
O caso de Buriticupu é mais do que um problema local — é um retrato da falta de planejamento urbano, da degradação ambiental e da omissão do poder público. A cidade pede socorro, e a natureza responde com buracos cada vez mais profundos.
Buriticupu (MA) está diante de uma tragédia anunciada. É preciso agir antes que o solo ceda por completo e com ele, parte da cidade desapareça.